24/11/2004

Observador inconformado!

Para quem tem de conduzir todos os dias e, por vezes, nas horas de maior tráfego, a quantidade de acessos ou alternativas na rede viária nunca serão suficientes para que os condutores fiquem satisfeitos. No entanto, pelo simples facto de termos de passar pelo mesmo sítio todos os dias e até mesmo mais do que uma vez por dia, faz-nos pensar no que é que os dirigentes deste país andam a fazer no seu cargo, uma vez que há obras paradas há anos ou mesmo há décadas, sem que ninguém se mexa para fazer seja o que for. A única altura em que se toca no assunto é na época de eleições, mas apenas para prometer, pois quando estas acabam, os projectos voltam à estaca zero e fica tudo mais uns anos abandonado ao esquecimento. Neste post, pretendo indicar todas as dúvidas que tenho e peço que as pessoas que o lerem deixem nos comentários mais algumas situações de que se lembrem do mesmo género.

Quando é que a CRIL fica pronta?
Já muita gente falou neste assunto, mas a verdade é que o bocadinho que ainda falta, teima em não ser construído. Para quem vem do lado de Algés, a última paragem é o acesso para o IC 19 ou para a segunda circular, que é precisamente o troço que temos de utilizar em constante pára-arranca quando queremos atravessar Lisboa. Não seria mais fácil usar a CRIL, sair directamente no túnel do grilo e descer para Sacavém? Era, claro que era...
No sentido contrário acontece precisamente o mesmo. Imagine que vem da Ponte Vasco da Gama ou da auto-estrada de Loures e o seu destino é Algés. Quando passar Odivelas, vai ter de subir para a CREL, pagar 0,70 cêntimos de portagem e prosseguir viagem até ao Estádio Nacional. Não seria mais fácil seguir sempre em frente e vir dar directamemente ao final da CRIL que é precisamente em Algés? Era, claro que era...

Quando é que o IC16 é finalizado?
Este troço representa outra das dúvidas que passam pela cabeça de muitos condutores diariamente. Para quem vem do Magoito, da Portela de Sintra, ou mesmo de Mafra, o IC 16 representa o final das estradinhas com apenas um sentido para cada lado, mas quando chegamos ao nó do IC19, encontramos umas divisórias de betão que nos empurram para o IC19 e não nos deixam prosseguir até à auto-estrada de Cascais, tal como estava previsto. Porquê? Ninguém sabe, eu pelo menos não sei. O que eu sei, é que o espaço de asfalto que sobra e que até está vedado, já serviu para diversos acampamentos e algumas feiras. Pelo menos aqui, o asfalto que todos nó pagamos sempre serve para alguma coisa.

Quando é que o Eixo Norte-Sul é concluído?
Esta outra obra da discórdia tem um dos finais mais empolgantes de sempre, no que diz respeito aos troços rodoviários urbanos. De uma lado, a ligação à Ponte 25 de Abril é bastante útil e dá acesso a um traçado de curvas e contra-curvas que mais parece uma classificativa de rali. Do outro, depois de uma longa curva a descer, há uma chicane em alcatrão polido que antece uma descida ainda mais acentuada e um semáforo que passa a maioria do tempo no vermelho, pois é o que dá acesso à não menos famosa Calçada de Carriche. A vantagem para quem tem de ficar à espera que a cor do semáforo mude para que possa finalmente avançar é a possibilidade de observar a continuação da estrada que teria feito se todo o Eixo Norte-Sul estivesse pronto. O problema é que a vegetação que entretanto cresceu já não deixa observar a maior parte do asfalto e todas as pessoas que estão a pedir, a tentar lavar-nos o vidro do carro, a vender-nos qualquer coisa ou mesmo a tentar assaltar o nosso carro, já não nos dão vontade de olhar seja para onde for, excepto para a porcaria do semáforo que não muda para verde. E pensar que a esta hora já podia estar na A8.

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