20/12/2004

Observar as pessoas

Uma das coisas que mais gosto de fazer ao longo do dia é observar as pessoas que me rodeiam, desde o gajo que vai a conduzir o carro da frente e que está a comer uma tangerina, enquanto atira as cascas pela janela até que está no carro ao lado a abrir a janela para cuspir a sua expectoração. Mas “olhar como?” perguntam vocês? Bem, é muito simples. Neste momento, por exemplo, estou na redacção e mesmo à minha frente, um colega meu não consegue evitar o seu tique de coçar a orelha, que entretanto tem dias em que já está em ferida, pois nem ele se consegue aperceber de que o está a fazer. Outros dois colegas estão paralisados a olhar para o computador e apenas os dedos em cima do teclado. Do meu lado esquerdo, as gargalhadas de um outro colega provocadas por um e-mail que recebeu fazem-se ouvir em toda a sala e à minha frente está também uma colega a abrir a boca e a ajeitar o cabelo, num jeito meio desligado do planeta.
Agora, a cinco minutos da hora de almoço, já toda a gente está a olhar para o lado para ver quem é que toma a iniciativa de se levantar, vestir o casaco e ir almoçar e enquanto eu escrevi esta frase, praticamente toda a gente já saiu ou está a sair…
O único “truque” é não deixar que as pessoas percebam que estamos a olhar para elas de uma forma mais detalhada, o que se pode tornar incómodo para a “vítima”, mas há casos em que isso nem sequer é necessário, pois nem sequer estamos perto. Quanto a mim, a fome aperta e também eu vou almoçar…

2 comentários:

André Mendes disse...

Pois, é bem provavel... É uma coisa que faço mesmo sem pensar e que adoro fazer. Muitas das vezes até já consigo saber o que uma pessoa me vai dizer, mesmo antes de ela abrir a boca, só mesmo pelo simples facto de já ter visto a cara que essa mesma pessoa está a fazer ou por ter reparado com quem é que ela estava a conversar antes de vir ter comigo.

Anónimo disse...

Eu por outro lado sou completamente despistada. Só sou observadora às vezes... quando quero. Tenho mais o que se poderá chamar de um sexto sentido que me diz algo acerca de determinada pessoa que conheço pouco ou que observo. Infelismente para mim, acerto muitas vezes...

Marisa